Uma Grande Luz

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Simeão é um dos meus personagens bíblicos favoritos, apesar de o conhecermos apenas por um breve trecho (Lucas 2:25-35) podemos encontrar nele um modelo de integridade e de temor a Deus. Na sua época, Simeão foi um dos poucos que não haviam se contaminado com doutrinas humanas no povo judeu.

Simeão viveu num tempo da história judaica marcada pelo silêncio canônico de Deus. Havia 400 anos que o último livro do Antigo Testamento fora escrito, não havia nenhuma nova revelação do céu e o povo hebreu estava sob o governo de Roma, mas mesmo assim a fé dele no Deus de Israel continuava inabalável. Por causa do silêncio, muito do zelo pela religião havia se esfriado em Israel. As pessoas estavam mais preocupadas com as ordenanças de César do que com a lei de Moisés, estavam pensando muito na vida daqui da terra e pouco no tesouro lá de cima. Mas Simeão não, Simeão era diferente. A palavra de Deus o descreve como sendo justo e piedoso, e diz que ele ainda esperava com fé a redenção de Israel.

E é importante ressaltar que apesar de todas essas características e qualidades, Simeão não era nenhum sumo sacerdote, sacerdote ou levita, ele é descrito como sendo apenas um homem. Um homem comum assim como eu e você, mas que diferente de muitos sumo sacerdotes, sacerdotes ou levitas, amava a Deus de todo seu coração e, incrivelmente tinha o Espírito Santo sobre ele – uma dádiva que supostamente apenas os sacerdotes, profetas e Reis tinham na antiga aliança.

Então, por causa da sua fidelidade, Simeão recebeu uma revelação especial de Deus dizendo que ele primeiramente veria o Messias antes de ver a morte. Foram-se passando anos, anos e anos, mas Simeão aguardava com fé e perseverança. Até que, quando chegou no templo em um dia em que Maria e José estavam com o menino Jesus, Deus lhe revelou: “Eis aí o Salvador”. Simeão tomou o bebê em seus braços e teve a dádiva de cantar uma canção que muitos profetas na história desejariam ter cantado:

“Ó Soberano, como prometeste,
agora podes despedir em paz o teu servo.
Pois os meus olhos já viram a tua salvação,
que preparaste à vista de todos os povos:
luz para revelação aos gentios
e para a glória de Israel, teu povo”.

Os olhos de Simeão acabavam de ver cumprida a maior promessa de Deus, e o maior presente da história do Universo, o menino que nasceu, o filho que foi dado, a promessa daquilo que a sua alma mais desejava.

Os olhos de Simeão haviam visto o menino Jesus. Ele não precisava ver o ministério do Cristo adulto, ele não precisou ver a crucificação ou a ressurreição; ele viu o Deus encarnado, respirando e de coraçãozinho batendo, Aquele no qual “habita corporalmente toda a plenitude da divindade”, presente nos seus próprios braços de barro. Isso foi suficiente, Simeão viu a “Grande Luz” (Isaías 9:3), Aquele que veio para “destruir o jugo que os oprimia, a coleira que estava sobre os seus ombros, e a vara de castigo do seu opressor” (v.4). O Rei nasceu! Ele veio sem coroa e sem glória, mas o seu reinado de justiça e paz diferente de tantos outros reinos, impérios, ditaduras, dinastias, revoluções, nações, e ideologias, permanece para sempre. Seu Reino não tem fim.

Assim como Simeão olhou para Jesus e foi tomado de alegria, o mesmo pode acontecer para mim e para você. Hoje um menino te nasceu, um filho te foi dado. E Ele nasceu para que possamos todos nascer de novo. Ele veio para libertar e salvar, Ele veio como um mensageiro de boas notícias.
Alegrem-se os povos. Pois hoje, para todos, nos nasceu o Salvador. Que cada um de nós, assim como Simeão, não passemos dessa vida para a outra até que nossos olhos vejam a Grande Luz do Salvador.

“O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz. […] Para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos exércitos fará isso” (Isaías 9: 2-7)

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