Resenha: Vida Após o Gospel

Capa do livro Vida após o Gospel

O livro “Vida Após o Gospel”, de Marco Telles Belohuby, foi lançado em fevereiro de 2019 e trata desde questões de louvor, adoração e música congregacional, até a produção de música e arte que, longe de desejar se encaixar em um padrão mercadológico (como muito é visto), deve ser voltada às Escrituras e destinada a glorificar a Deus e a edificar a Igreja.

Vida após o gospel é muito mais do que uma crítica ao mercado fonográfico, ele traz um chamado para uma volta à Palavra de Deus em nossas canções.

O livro é dividido em quatro partes. Ele começa com alguns conceitos que geralmente utilizamos de forma errada como louvor e adoração. Na segunda parte, o autor vai às questões práticas falando a respeito do ministro de louvor a partir da vida de Davi, e após isso vemos o que é importante, secundário ou descartável na escolha do repertório para o louvor congregacional.

Na parte 3 do livro, vemos sua crítica ao movimento gospel. Aqui o autor traça uma linha histórica dos últimos anos da música cristã brasileira, que dividiu em quatro cenas: o missionário, o ministro de louvor, o profeta e o artista. Além disso, ele traz uma reflexão sobre letras e obras musicais e fala sobre três tropeços do gospel. Na parte final ele traz o exemplo de Martinho Lutero e finaliza trazendo uma lista de indicações de músicos e bandas (procure por “Coletivo Candiero”) e encoraja a fazermos arte para a Glória de Deus.

Como é mostrado no livro, Lutero percebeu que os irmãos, mesmo após ouvirem horas de pregação, voltavam para casa cantando as músicas dos poucos minutos do início do culto. Desde cedo, Martinho teve contato com a música e, após perceber o quanto ela estava presente no cotidiano das pessoas, compôs “alguns cânticos, hinos e salmos, conforme a Palavra de Deus” e isso causou grande influência e repercussão. O amor de Lutero pelas Escrituras Sagradas o levou a traduzir a doutrina que pregava para as almas dos povos.

Lendo esse livro percebo que Marco tem esse amor e zelo pela Palavra de Deus. Ele não critica músicas com o fim em si mesmo, mas aponta caminhos para música e arte que glorificam a Deus e edificam aos irmãos. Ele não busca considerar-se superior a alguém, mas faz das palavras de Lutero as suas: “Somos todos mendigos. Essa é a verdade”.

“Somos mendigos. Todos nós. Os que cantam e produzem o gospel e os que se indignam e buscam transformar esta realidade apodrecida. Que pela graça corramos, à exemplo de Lutero, em busca de uma hinologia sã que produza caráter aprovado nos santos e alegria jubilante na redenção de Cristo Jesus”. (P. 284)

No mais, a leitura foi muito fluida e, às vezes, bem-humorada. Indico esse livro não apenas para cristãos envolvidos com música, mas para todos que buscam a Glória de Deus e a alegria da Igreja.


Severino Santos é membro do grupo Chi Alpha no campus UFPB, em João Pessoa/PB.

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